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Tarifa de energia para novembro terá bandeira amarela
Governo aciona bandeira amarela e conta de luz terá cobrança extra em novembro
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (28) que os consumidores brasileiros vão voltar a pagar a taxa extra das bandeiras tarifárias a partir de novembro. No mês que vem, passa a vigorar a bandeira de cor amarela, o que implica na cobrança de R$ 1,50 para cada 100 kWh de energia consumidos.
A cobrança da taxa havia sido suspensa em abril deste ano, quando passou para a cor verde pela primeira vez desde que o sistema entrou vem vigor, em janeiro de 2015. A bandeira permaneceu verde até outubro, ou seja, por 7 meses.
Em nota, a Aneel justificou a mudança alegando que “a condição hidrológica está menos favorável” no país. Isso significa que a falta de chuvas levou à redução no armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas e, como consequência, foi necessário acionar um número maior de térmicas (usinas que produzem eletricidade por meio da queima de combustíveis) para atender à demanda por energia no país.
Em novembro, porém, houve mudança no sistema de formação de preço da energia no mercado de curto prazo. O sistema passou a considerar a vazão real de energia das usinas do nordeste, que estão sendo fortemente afetadas pela seca. Embora essas usinas estivessem gerando menos energia que a média histórica, o sistema anterior considerava o quadro dentro da normalidade na geração – o que mantinha os preços mais baixos. Com o cenário real de geração incluída no sistema, os preços de energia acabaram subindo.
Inflação
Após a Aneel decidir decretar bandeira tarifária amarela em novembro, cálculos do economista Fábio Romão, da LCA Consultores mostraram que essa mudança na cor da bandeira tarifária de verde para amarela em novembro deve provocar um impacto direto de cerca de 0,10 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. Com isso, a projeção da consultoria para o IPCA de 2016 passou de 6,79% para 6,90%. “Podem ter desdobramentos também indiretos, mas é mais difícil mensurar”, disse.
Com a alteração, Romão modificou sua estimativa para o IPCA fechado de novembro de alta de 0,29% para 0,38%. Já a projeção para dezembro saiu de 0,63% para 0,65%.
Por enquanto, o economista segue estimando que o IPCA poderá fechar 2017 perto do centro da meta de 4,50%. Dados os alívios recentes, ele conta que recentemente diminuiu a projeção para a inflação do próximo ano de 5,10% para 5,00%. “Pode ser que tenha a volta da bandeira verde”, justificou.
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A Câmara dos Deputados aprovou no 18/05/16 a Medida Provisória MP 706/15, editada para aumentar o prazo de renovação das concessões das distribuidoras de energia de 30 para 210 dias depois de convocadas pelo poder concedente, mas que teve o escopo bastante ampliado e levará ao aumento das contas de energia de todo o país, com repasse de R$ 668 milhões por ano para bancar a ineficiência das distribuidoras do Norte e do Nordeste.
A votação foi o primeiro embate entre a base do governo Temer e a oposição formada por PT, PCdoB, PDT, PSOL e Rede. O grupo criticava o aumento das contas, enquanto a base defendia que era uma forma de melhorar um pouco as finanças da Eletrobras, que ameaça o Tesouro nacional.
Alteração promovida pelo relator e exministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão (PMDBMA), propõe tratamento diferenciado para distribuidoras Eletrobras no Amazonas, Rondônia, Roraima e Amapá. O articulador foi o hoje ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDBRR), senador licenciado.
O benefício terá impacto de R$ 3,5 bilhões para o Tesouro. Para a Anel, o custo, inicialmente estimado em até R$ 40 bilhões, será de R$ 14 bilhões após mudanças no texto inicialmente apresentado por Lobão — o resto será pago pelos consumidores.
O líder do PDT, Weverton Rocha (MA), criticou o relatório. “A MP chegou com um parágrafo e saiu com alteração em seis leis. Isso passa para os consumidores de todo o país os custos da produção de energia na região Norte e todos os prejuízos que essas empresas tiverem”, disse. O partido propôs requerimento para votar o texto inicial, mas foi derrotado por 250 votos a 99.
O deputado José Carlos Aleluia (DEMBA) reconheceu que haverá repasse aos consumidores, mas que foi diminuído e que a alternativa é a falência da Eletrobras. “Não há dúvida que isso é uma forma de subsidiar a ineficiência da Eletrobras”, afirmou. Outras mudanças foram feitas, disse, para tentar reduzir o impacto “das besteiras que o PT fez” ao forçar a redução das contas de luz.
Fonte: Valor Econômico
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Alta na conta de luz por uso de térmicas só vem em 2015, diz governo
Para reduzir impacto, Tesouro anuncia aporte de R$ 4 bilhões.
E governo permite que distribuidoras façam empréstimo de R$ 8 bilhões.
O governo federal anunciou novas medidas para socorrer as distribuidoras de energia e reduzir o impacto na conta de luz pelo uso das usinas termelétricas, cuja produção é mais cara.
Para bancar esse custo, haverá um novo aporte do Tesouro, no valor de R$ 4 bilhões, e será permitido que as distribuidoras emprestem R$ 8 bilhões no mercado. Além disso, será realizado um novo leilão de energia no mês que vem.
O montante de R$ 12 bilhões anunciado nesta quinta será rateado entre o governo, consumidores e agentes do setor. Mas a parte da fatura que deverá ser repassada à conta de luz, estimada atualmente em R$ 8 bilhões, só será cobrada a partir de 2015, informou o Ministério de Minas e Energia.
Isso porque a definição da tarifa é feita uma vez ao ano e só no final de 2014 será realizada uma avaliação do quanto será necessário aumentar na conta para suprir o rombo do setor.
Energia mais cara
As termelétricas foram acionadas para complementar o fornecimento das hidrelétricas, que enfrentam nível baixo pela falta de chuva neste ano. Porém, o custo da produção dessas usinas– que geram energia por meio da queima de combustíveis como óleo, gás, carvão e biomassa – é mais alto.
Apesar de ainda não haver uma definição do quanto será gasto com o uso delas neste ano, a expectativa é de que essa fatura supere a do ano passado, que foi de cerca de R$ 9,5 bilhões. Ela foi bancada integralmente pelo Tesouro, que decidiu repassá-la totalmente aos consumidores, num prazo de cinco anos.
Aumento de impostos
Nesta quinta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o aporte extra de R$ 4 bilhões, com recursos do Tesouro, para ajudar a pagar pelo custo deste ano.
O Tesouro Nacional é o órgão que administra o dinheiro que o governo federal arrecada com impostos ou outras formas.
“Esses R$ 4 bilhões serão compensados com aumentos programados de alguns tributos, que serão implementados ao longo do ano, e via a complementação do Refis”, disse Mantega. O Refis é o programa de parcelamento especial de tributos devidos pelas empresas.
De acordo com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, o aumento de impostos ocorrerá se houver necessidade, mas nem ele nem Mantega especificaram quais tributos poderiam ser elevados.
Os R$ 4 bilhões do Tesouro complementam os R$ 9 bilhões que já estão garantidos ao setor elétrico no Orçamento.
Empréstimo
A segunda medida anunciada nesta quinta, a permissão para que seja contraído um empréstimo de R$ 8 bilhões pelas distribuidoras, determina que esse montante seja captado junto aos bancos pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), uma associação civil sem fins lucrativos que atua para viabilizar as atividades de compra e venda de energia em todo o país.
Um decreto presidencial terá que ser publicado para permitir que a CCEE tome esses empréstimos. De acordo com Mantega, ainda não está definido como (se de uma vez ou parcelado) e nem em que prazo esses R$ 8 bilhões serão repassados aos consumidores – que também terão que pagar pelos juros dessa operação.
“Esse financiamento será ressarcido com aumentos de tarifas que serão escalonados ao longo do tempo e definidos de acordo com a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica]”, disse o ministro.
O dinheiro emprestado será repassado pela CCEE às concessionárias de distribuição de energia para cobrir duas despesas. A primeira delas é com as termelétricas. Pela regra, as distribuidoras pagam, no primeiro momento, pelo uso das térmicas e depois podem repassar o custo para a conta de luz. Mas as empresas alegam não ter recursos para bancar o pagamento imediato e, por isso, o governo decidiu permitir o empréstimo.
A segunda despesa que será paga é o custo extra, que também recai sobre as distribuidoras, pela necessidade de compra, no mercado à vista, de uma parcela da energia para atender aos consumidores. A energia no mercado à vista costuma ser mais cara que a contratada em leilões. Nas últimas semanas, porém, atingiu valores recordes.
As distribuidoras precisam comprar essa energia no mercado à vista por pelo menos dois motivos: um deles é que essas empresas não conseguiram contratar toda a energia que precisavam para complementar o atendimento de suas demandas em 2014 no leilão realizado pelo governo, em dezembro. A outra foi a decisão de Cesp, Cemig e Copel de não aderirem ao plano de barateamento da conta de luz anunciado pela presidente Dilma Rousseff, e que começou a valer no início de 2013.
Leilão de energia
O governo afirmou ainda que o reajuste da tarifa no ano que vem pode ser minimizado por uma série de fatores conjunturais, entre os quais um novo leilão de energia, marcado para 25 de abril, em que as distribuidoras vão poder contratar, de geradoras, o fornecimento de energia de maneira imediata.
O objetivo é reduzir a chamada exposição involuntária de parte das distribuidoras, ou seja, a necessidade que elas têm hoje de comprar parte da energia para atender aos seus consumidores no mercado à vista, o que também contribui para encarecer a conta de luz.
O governo, porém, pode enfrentar dificuldade para viabilizar esse novo leilão em abril. Isso porque, para as geradoras que hoje têm sobra de energia, é mais lucrativo vender no mercado à vista. Para atrair essas geradoras para o leilão, onde vão ter que negociar a preços mais baixos, uma das saídas encontradas é oferecer a elas contratos de longo prazo.
Também deve contribuir para aliviar o reajuste na tarifa do ano que vem, segundo o governo, o vencimento de concessões de algumas usinas hidrelétricas responsáveis pela geração de cerca de 5 mil megawatts médios. De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a expectativa do governo é que, após a relicitação dessas usinas, o custo do megawatt-hora de energia produzida por elas, que hoje supera os R$ 100, caia para cerca de R$ 30, o que beneficiará todos os consumidores do país.
Fonte: Do G1, em Brasília
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