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Investimento em energia solar pode garantir conta de luz “gratuita” por 20 anos

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Redução no valor da tarifa pode ser verificada já no primeiro mês após a instalação do sistema

O empresário Ademar Menezes Júnior decidiu instalar um sistema de captação de energia solar em casa e na farmácia da qual é dono em Ribeirão Preto (SP). O objetivo de Ademar era um só: reduzir das duas contas de energia elétrica, que, juntas, alcançavam R$ 2.800. Deu certo.

Para instalar o sistema, Menezes investiu R$ 200 mil e, quatro meses depois, garante que já sentiu um alívio no bolso. Isso porque cada uma das duas contas de energia agora fica pouco mais de R$ 50 — quantia destinada ao pagamento da transmissão de energia.

Para arcar com o valor cobrado pelos dois projetos, o empresário precisou contratar um financiamento para pagar 80% do valor total do sistema para captar a energia do sol.

Menezes diz que fez as contas antes de assinar o contrato com a empresa responsável pelo projeto e percebeu que seria melhor se apertar, desembolsar mensalmente R$ 3.000 para quitar a dívida com o banco, e depois conquistar em alguns anos a “autossuficiência energética”.

— Ao invés de pagar para a CPFL [distribuidora de energia elétrica], eu pago um pouco mais para o Banco do Brasil e, em cinco anos, vou quitar a minha dívida. Depois, eu terei cerca de 20 ou 25 anos de energia gratuita e não terei que pagar nem mais para o banco, nem para a CPFL.

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O Presidente do conselho de Administração da Absolar, Nelson Colaferro afirma que uma família vai pagar entre R$ 30 mil e R$ 40 mil para instalar um sistema de captação de energia solar dentro de casa. Segundo ele, o retorno do investimento vem dentro de cinco anos.

— Normalmente, o que o consumidor pede é um sistema que abasteça 100% do consumo. Existe apenas uma taxa de disponibilidade da distribuidora com um valor que deve ser pago todos os meses.

A economia de Menezes foi possível devido à Resolução Normativa 482, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em vigor desde abril de 2012, que abriu as portas para o consumidor brasileiro gerar sua própria energia a partir de fontes renováveis. O assessor da Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição da Aneel, Hugo Lamin, afirma que a medida, revisada no início deste ano, pode chegar até mesmo ao bolso da família comum ao evitar que as usinas térmicas sejam ligadas.

— Um dos benefícios da geração distribuída é evitar a construção de grandes usinas, focar nas fontes alternativas e obter os benefícios que as fontes renováveis têm.

Desde 2015, a Aneel instituiu um sistema de bandeiras tarifárias para os consumidores de energia elétrica no País. Elas podem ser verde, amarela ou vermelha e resultar em um acréscimo de R$ 0,045 por cada quilowatt-hora consumido. A mudança da cor leva em conta o custo da geração de eletricidade. Em novembro, a cobrança passou para a bandeira amarela devido à necessidade de acionar as usinas termelétricas.

Crédito

Os brasileiros que geram a própria energia têm a capacidade de fornecer créditos para a rede elétrica caso produzam mais do que necessitam. Nesses casos, é possível permanecer com acesso à energia elétrica em momentos nos quais a geração for interrompida pela falta da luz do sol.

Lamin explica que o “sistema de compensação de energia elétrica” funciona como se a rede da distribuidora fosse uma bateria, para que o consumidor possa gerar a própria energia e receber de volta pela produção excedente por um período de até cinco anos.

— Do ponto de vista do consumidor, esse modelo de troca é muito vantajoso. Apesar de ele não vender a energia, ele consegue reduzir muito a tarifa de energia dele.

Apesar da redução significativa, a possibilidade de não pagar conta de luz é descartada por Lamin. Ele explica que todo o consumidor responsável pela geração da própria energia deve arcar com um pagamento mensal do “custo de disponibilidad” equivalente à capacidade de cada sistema.

— O consumidor não consegue zerar [o valor da conta de luz] porque, mesmo que ele gere mais, vai ter que sempre pagar aquele valor mínimo, que corresponde ao custo de disponibilidade.

Para que se evite prejuízos, Colaferro explica a importância de que o sistema instalado esteja dentro do padrão de consumo da família.

— Se você colocar um sistema superdimensionado, no final dos cinco primeiros anos você via ter um acumulo de quilowatt/hora e vai perder esse crédito. Se você não usar essa energia acumulada na sua distribuidora, ao final do quinto ano você perde essa energia. Então, o ideal é que o sistema esteja sempre direcionado para o limite do seu consumo.

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FONTE: R7.com / Autor: Alexandre Garcia