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Energias renováveis avançam no Brasil
Detentor da matriz energética mais limpa do mundo industrializado, Brasil é cortejado pelas maiores economias mundiais como parceiro estratégico para o suprimento de energia.
Dono da matriz energética mais limpa do mundo industrializado, o Brasil mantém o ritmo de crescimento das fontes renováveis. Dados do Ministério de Minas e Energia revelam que 45,4% de toda a energia produzida no País em 2010 tem origem em recursos naturais que não são finitos.
Os recursos naturais renováveis mais utilizados na obtenção de energia são o sol, que fornece energia solar; o vento, que produz a eólica; rios e correntes de água doce, fornecedores de energia hidráulica e a matéria orgânica, que produz biomassa (biodiesel e etanol, dentre outros). A maior oferta de energia renovável no Brasil vem dos produtos da cana de açúcar, seguidos da energia hidráulica e eletricidade.
O uso de fontes limpas e renováveis de energia é importante no combate ao aquecimento do planeta, apontado por especialistas como causador de fenômenos climáticos severos como secas, furacões e enchentes, que geram prejuízos econômicos e afetam a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. O grande vilão é a emissão de gases poluentes, a partir da queima de combustíveis fósseis. Por isso, é necessário que os países industrializados diminuam as fontes poluentes como o carvão e o petróleo de suas matrizes energéticas.
A Ford tomou grandes passos para diminuir seu impacto sobre o meio ambiente e mostrar aos clientes que eles estão comprometidos com a responsabilidade corporativa.
A cadeia de hoteis, o Hilton Worldwide quer atrair clientes de sustentabilidade de espírito aos seus resorts, tanto para hospedagem pessoal e eventos verdes. Ao instalar seis aerogeradores em seu telhado, o Hilton Fort. Lauderdale Beach (EUA) Resort distinguiu-se como o destino para hospedagem verde e eventos. Os seis aerogeradores, combinados com planos futuros para a instalação energia solar fotovoltaica, compensar uma parte significativa do consumo de energia.
“As turbinas vão nos ajudar a visualizar o hotel como um lugar para se estar consciente do uso de energia … ele vai ajudar a destacar a importância da conservação de energia elétrica, e para começar o diálogo;” disse o Randy Gaines, VP de Engenharia, a Hilton Worldwide.
No Brasil, o Ministério de Minas e Energia, por meio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), elabora e publica anualmente o Balanço Energético (BEN). Segundo dados preliminares do BEN 2011 (ano base 2010), a oferta de energia elétrica cresceu 9,1% e, neste recorte, a energia renovável que mais contribuiu foi a eólica, com 50,5% de incremento, seguida pela biomassa, que teve aumento de 18,1% em relação ao ano anterior. No segmento dos combustíveis líquidos, foram registradas altas de 7,1% na produção de etanol e de 49,0% na de biodiesel.
A forte expansão da demanda por etanol no mercado brasileiro deve se manter devido ao aumento expressivo da frota de veículos bicombustíveis e à competitividade do preço do etanol hidratado em relação à gasolina. Em consequência, a demanda por etanol deverá triplicar nesta década, passando de 27 bilhões de litros em 2010 para 73 bilhões em 2020, incluindo 6,8 bilhões de litros para exportação.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, destaca que, graças às fontes renováveis, o País pode desempenhar mais um papel decisivo no cenário internacional. “O Brasil será cada vez mais cortejado pelas maiores economias mundiais como um parceiro estratégico para Suprimento energético”, afirma.
Fonte: Revista do Serpro
Bons ventos para as energias alternativas
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) acaba de divulgar que, em janeiro, o consumo de energia elétrica na rede alcançou 38.311 Gwh, representando um aumento de 5,4%. Em outra vertente, o Plano Decenal de Energia (PDE) 2021 prevê o acréscimo que 7,99 mil MW de capacidade instalada ao ano na próxima década no País, significando um incremento anual de 4,8% de energia no sistema. As principais fontes para o cumprimento desse plano de expansão são o gás natural, a eólica e a hidráulica.
Verifica-se, neste cenário, que as energias alternativas estão em destaque. “Passamos a contemplar as fontes alternativas. O Brasil tem o privilégio de abundância das fontes primárias. O País é o maior laboratório do mundo em matéria de energia”, afirma o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura Filho, durante o Fórum de Debates de Energias Alternativas ao Sistema Elétrico Brasileiro, realizado nesta terça (26).
Segundo o secretário, a fonte hidráulica, mesmo sendo a predominante, respondendo por cerca de 45% da expansão do período, diminuirá sua participação de 81,6% da matriz de geração de eletricidade para 70,9%, abrindo espaço para as demais fontes.
De acordo com Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GESEL/UFRJ), o sistema elétrico brasileiro está perdendo a capacidade de suprir a demanda no período de seca, que vai de abril a outubro. Há 20 anos, no sistema hídrico, as águas dos reservatórios atendiam a demanda durante dois anos. De hoje a 2020 a previsão é que estes reservatórios consigam atender a demanda para apenas três meses e meio.
Além disso, a política ambiental está impedindo a construção de hidrelétricas de reservatórios. “Esta imposição está equivocada. Se não usarmos hidrelétrica, teremos que usar termoelétrica de alguma maneira, e essa tem um grau de poluição superior a uma hidrelétrica”, explica Nivalde.
Como conseqüência, está em curso um processo de mudança no paradigma da geração do Sistema Elétrico Brasileiro, que ruma em direção a um padrão de renováveis e térmicas. O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, destaca a necessidade de recomposição da capacidade de regularização do Sistema Interligado Nacional (SIN), com a construção de usinas com reservatórios em relação à complementaridade térmica e a necessidade de agregação de fontes alternativas, preferencialmente como reserva.
Atualmente, o Brasil possui 2,5 GW de usinas eólicas instaladas, e conta com outros 78 parques em construção. Segundo o PDE, a energia eólica em termos percentuais aumentará de 0,5% para 5% do volume total no País, representando o maior crescimento dentre as fontes. A presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, esclarece que o conceito econômico de alternativo e por tudo que se está discutindo do setor, “a idéia é de uma energia substituindo a outra”.
De acordo com a presidente, este termo talvez deva ser modificado de fontes alternativas para fontes complementares. “Quando tem chuva não tem vento e vice versa.”, explica.
Considerada a segunda fonte mais importante do País, a eólica é nova no mundo, com um pouco mais de 20 anos em termos comerciais, com isso, a possibilidade de ganhos tecnológicos em sua trajetória ainda é muito grande. Em 2012 as usinas eólicas, que estão efetivamente em operação no Brasil produziram 560MW médios por mês de energia. Se a mesma fosse produzida pela geração térmica, a economia seria o equivalente a R$1 bilhão em gastos com compra de combustível.
O Brasil tem uma condição favorável para este tipo de energia. O fator de capacidade é na ordem de 45%, enquanto o mundo trabalha com 30%, e isso reduz muito o custo de produção. “Mas a eólica não é a salvação da humanidade. A salvação é uma matriz diversificada”, explica a presidente da Abeeólica.
Publicado por Joiris Manoela Dachery (Revista Empreiteiro)