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Energia solar e eólica vão ‘eclipsar’ hidrelétricas no Brasil
Energias renováveis solar, eólica e biomassa vão atrair US$ 237 bilhões nos próximos 25 anos, prevê relatório.
A dependência brasileira na hidroeletricidade tem data para terminar. Dentro de 25 anos, a presença das fontes eólica e solar na matriz energética nacional deve superar a das hidrelétricas.
O prognóstico é do novo relatório “New Energy Outlook 2016“, produzido pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF), que prevê uma significativa diversificação tecnológica nos próximos anos.
Segundo o estudo, a energia hidrelétrica terá sua importância diminuída, representando 29% da capacidade total da matriz em 2040, ao passo que, somadas, solar e eólica responderão por 43%.
“Essas fontes renováveis, incluindo bioenergia, vão atrair 237 bilhões de dólares nos próximos 25 anos. Já as hidrelétricas devem atrair 27 bilhões de dólares, considerando os projetos já planejados”, diz a EXAME.com Lilian Alves, analista da BNEF.
Segundo a analista, atualmente, as regiões onde ainda é possível expandir a hidroeletricidade são de difícil acesso e implicam custos maiores de transmissão. “Além disso, a crise no setor energético nos últimos anos, agravada pela seca de 2014 e 2015, tornaram urgente a diversificação da matriz energética”, ressalta.
No cenário global, o estudo prevê que dentro de duas décadas, as energias renováveis ultrapassarão fontes fósseis como o carvão e gás natural na geração de energia, pavimentando o caminho para uma nova era de geração mais limpa e de menor impacto ambiental.
Confira a seguir as principais mudanças que prometem sacudir o tabuleiro energético brasileiro, conforme o relatório da BNEF:
1. Vem aí uma revolução solar em pequena escala
Gerar energia em casa a partir do sol, injetar na rede pública e ganhar créditos na conta de luz é possível no Brasil desde 2012, através da resolução 482 da Aneel. Com as seguidas altas na conta de luz e um sistema elétrico que dá sinais de exaustão, a microgeração residencial de energia solar fotovoltaica deve se tornar uma opção mais atrativa.
Entre 2020 e 2040, a BNEF espera que 96 gigawatt (GW) de pequenos sistemas solares serão implantados no país. Isso representa 9,5 milhões de residências. “Hoje, temos pouco mais de 2 mil instalações solares. Imaginamos que certos entraves que ainda existem vão ser resolvidos, como os custos de financiamento, ainda altos, e questões de regulação”, diz Lilian.
2. Apesar da crise econômica, demanda por energia vai subir
Apesar da atual crise econômica no Brasil, a BNEF espera que a média de demanda de energia crescerá no nível de 2% ao longo dos próximos 25 anos. Para atender esse consumo, o estudo prevê que a matriz energética do país subirá de 149 GW, instalados em 2015, para 406GW em 2040.
3. Um mix mais diverso e resiliente
Em 2015, os 95 GW de hidro representaram 64% do total da capacidade instalada. O estudo prevê que este valor subirá para 117GW, mas representará apenas 29% da capacidade total da grid. Eólica vai saltar para 12% (dos 5% atuais) e a solar distribuída e de larga escala (projetos acima de 14 MW) vai ser 31%.
Fonte: EXAME.com (Economia)
Brasil está entre os países com maior potencial em energia eólica
Ao todo, o parque brasileiro conta com 2,5 mil MW em projetos e em 2012 teve o oitavo maior crescimento, com aumento de 1 GW.
O Brasil é o 15° maior país do mundo em potencial eólico instalado e o maior da América Latina. Ao todo, o parque brasileiro conta com 2,5 mil megawatts (MW) em projetos, e em 2012 teve o oitavo maior crescimento, com aumento de 1 gigawatt (GW).
Os dados são do relatório do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês), que foi divulgado na segunda-feira (11). De acordo com o estudo, nos últimos 16 anos, a capacidade instalada de geração de energia eólica mundial passou de 6,1 GW para 282,4 GW.
Este potencial significa que, na prática, o mundo pode produzir o equivalente a 20 hidrelétricas de Itaipu em energia a partir do vento.
Ainda conforme a pesquisa, somente no ano passado, a matriz eólica do planeta cresceu 19%.
As maiores potências do mundo
Em primeiro lugar no setor está a China, que é dona de 1/4 da capacidade eólica mundial, com 75,5 mil MW instalados até o final de 2012. Os Estados Unidos aparecem na segunda colocação, com 60 mil MW, o que corresponde a 21,2% do total no mundo.
Com capacidade eólica instalada de 31,3 mil MW, a terceira posição é da Alemanha. O quarto lugar é ocupado pela Espanha, com 22,7 mil MW, seguida pela Índia, com 18,4 mil MW.
Maior complexo eólico do Brasil
O maior complexo eólico do país fica na Bahia, nos municípios de Caetité, Guanambi e Igaporã, contando com 14 parques e 184 aero geradores.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABE Eólica), somente no ano passado foram instalados no Brasil 38 novos parques, totalizando 108 empreendimentos.
Fonte: Fátima Pires – Rank Brasil – Recordes Brasileiros