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Crise elétrica impulsiona o mercado brasileiro de energia solar
Aumentou conscientação e interesse do consumidor por alternativas para gerar energia.
Com o aumento do valor da energia elétrica repassado ao consumidor pelas distribuidoras no primeiro trimestre, as energias renováveis estão ganhando maior espaço no mercado, principalmente a geração distribuída de energia por meio de painéis solares fotovoltaicos.
Segundo uma pesquisa feita pela consultoria PSR, divulgada recentemente, a geração distribuída de energia solar já é economicamente viável em 23 Estados e no Distrito Federal. A pesquisa levou em conta o grau de radiação solar em cada região e a tarifa de energia de cada distribuidora.
Raphael Pintão, diretor da Neosolar Energia, que atua há quatro anos como consultor e executor de projetos fotovoltaicos, afirma que o interesse do consumidor pela geração solar tem crescido. Nos últimos seis meses, sua empresa teve aumento estimado de 100% na procura por soluções em energia solar, elevando a quantidade de orçamentos para o dobro em relação ao mesmo período do ano passado. “Quem mais tem instalado são residências. Por causa do perfil de consumo, o sistema é mais vantajoso para imóveis residenciais que para empresas”.
Para ele, o aumento do interesse por fontes alternativas está relacionado à grande exposição de alguns temas na mídia. “Desde o início do ano, assuntos como a estiagem prolongada, a redução da capacidade geradora das hidrelétricas, o aumento do valor da energia e a iminência de uma crise energética no país estão em destaque e contribuíram para que a energia solar ganhasse espaço no noticiário. Isto resulta na conscientização e aumento do interesse do consumidor por alternativas para gerar energia”, ressalta.
Além disso, os recentes incentivos aos mini e microgeradores também contribuíram. Como exemplo, a decisão do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) de eliminar a cobrança de ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) da energia solar na mini e microgeração, e a ação do Governo Federal na isenção do PIS/Confins no sistema de compensação de energia. Até agora aderiram ao convênio os estados de São Paulo, Pernambuco e Goiás.
Microgeração distribuída deve ganhar mais incentivos
Desde o final de 2012, quando entrou em vigor a RN 482, que regulamenta a micro e mini produção de energia, o consumidor brasileiro (proprietários de residências, comércio e indústria) pode produzir sua própria energia. Em contrapartida, as concessionárias permitem que a energia gerada e não consumida no local possa ser enviada à rede para consumo em outro ponto, gerando créditos para o consumidor na próxima fatura. A regulamentação só não alavancou o número de microgeradores de energia no país devido a entraves burocráticos.
Às vezes o prazo para concluir a instalação numa residência, dependendo do tamanho, é de menos de uma semana, mas entraves nos processos de instalação e aprovação dos projetos atrasam o processo em meses.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definirá, ainda neste primeiro semestre, uma proposta para acelerar o acesso dos mini e microgeradores à rede das distribuidoras de energia. Para o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, o potencial de crescimento da microgeração distribuída é enorme, e entre os grandes benefícios do sistema estão a redução de perdas de energia na transmissão e da pressão sobre o sistema.
Foto/Crédito: Divulgação
Fonte: Ciclo Vivo
Uso de energia solar deve crescer nos lares brasileiros
Previsão é de que, 13% dos lares usarão essa tecnologia mais barata para o consumidor e mais limpa pelo meio-ambiente.
Atualmente, menos de 1% da população brasileira utiliza a energia solar dentro de casa. Mas a previsão é de que, em 35 anos, 13% dos lares usem essa tecnologia mais barata para o consumidor e mais limpa. Segundo dados do Plano Nacional de Energia 2050 (PNE) 2050, o gasto de energia elétrica para aquecimento de água deve cair nas próximas décadas.
Os dados constam nos estudos econômicos e de demanda para o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que está em debate.
O documento projeta que até 2050 cerca de 20% dos domicílios usarão o calor do sol para aquecer água, com a instalação de aproximadamente 250 m² de painéis de aquecimento solar para cada 1.000 habitantes. Até 2030, a disseminação do aquecimento solar nas residências já permitirá, projeta o PNE 2050, que se evite um consumo próximo de 4.465 GWh.
O uso do sol para gerar energia elétrica (ou a geração solar fotovoltaica) nas residências também deverá crescer. A projeção é que com a instalação de placas para captar a luz solar nos domicílios, 13% da carga do segmento residencial será atendida por essa energia.
São aproximadamente 15 milhões de domicílios com a tecnologia, ou 18% do total potencial.
Crescimento do uso de energia para climatização e entretenimento
Para os estudos sobre a demanda de energia no cenário até 2050, o PNE aponta que o consumo de energia elétrica pelas residências quase triplicará, passando de 125.000 GWh em 2013, para 345.000 GWh em 2050, o que representa um crescimento anual de 2,8%.
Com o aumento da renda da população, cresce a participação de equipamentos para climatização e entretenimento no uso da eletricidade pelos lares. O consumo de energia elétrica para manter funcionando refrigeradores – atualmente os maiores responsáveis pelo consumo de eletricidade de uma residência, com 24% de toda a energia elétrica consumida em um lar – cairá para a terceira posição. O consumo de energia para alimentar os climatizadores será aproximadamente de 35% do total, em 2050 (atualmente eles consomem 23% da eletricidade residencial), e os equipamentos de entretenimento serão responsáveis por 26% do consumo de um lar, partindo dos atuais 15%.
O PNE 2050 é um documento que serve ao planejamento estratégico nacional, possibilitando visualizar o incremento da oferta de energia nesse horizonte, mediante estudos de cenários socioeconômicos e de demanda de energia e, bem assim, avaliar as ações e políticas para garantir a segurança e a qualidade do suprimento energético ao longo prazo.
Crise hídrica aumenta procura por energia solar
A energia solar como fonte de geração de eletricidade já é uma realidade em diversos países, que nos últimos anos vem aumentando a capacidade instalada deste tipo de energia. Na Europa, a Alemanha e a Itália aparecem como referência em geração solar. Entre os países que mais investiram no setor nos últimos dois anos está a China. Já no Brasil, a energia solar nem aparece na composição da matriz energética do país. Hoje, quase 70% da geração de energia no Brasil vêm das hidrelétricas, 27,1% das termoelétricas, 1,7% da nuclear e 1,4% da eólica. Os dados atualizados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Diante da crise que o Brasil enfrenta com a falta de chuva, entra em discussão novamente a utilização da energia solar. Hewerton Martins, Presidente da Solar Energy, fala do crescimento pela procura dessa energia e as vantagens para a redução final da conta de luz. Confira:
Confira na íntegra a entrevista.
Climatempo: Diante da crise que o país enfrenta com a falta de chuva, entra em pauta novamente a utilização e investimento em outros tipos de energia, como a solar. Por que esse tipo de energia ainda é pouca utilizada no Brasil? Por que não existe maior investimento neste setor?
Solar Energy: Não há uma divulgação sobre a possibilidade de geração de energia através do sol. Nos últimos cinco anos a gente poderia ter começado uma divulgação e incentivo por parte do governo. Não há porque as políticas são para vias hidrelétricas. Agora com a crise hídrica, a energia solar está acontecendo por uma iniciativa privada, pelo próprio usuário que está buscando essa geração porque está vendo todos os dias na mídia notícia da falta de água e a possibilidade eminente de falta de energia.
Climatempo: A procura por captação de energia solar cresceu com a crise hídrica? Ou ainda existe muita dúvida, desconfiança da eficiência dessa energia?
Solar Energy: Houve uma redução na conta de luz em 2013 e apenas as pessoas que gostavam, achavam interessante, conheciam fora do país é que buscavam isso. A partir desse reajuste e mudança da política, agora a partir de janeiro, nós tínhamos quatro a cinco projetos por mês e hoje nós temos quatro por dia. Uma curva de crescimento exponencial, mas mais porque a mídia está colocando que existe a geração de energia elétrica solar e também porque a tarifa teve um reajuste estrondoso na conta do consumidor do setor residencial e do setor empresarial. Havia no começo um entendimento do que era aquecimento solar, as pessoas achavam que era isso, depois começou o entendimento do que era geração de energia elétrica. Alguns acham que energia solar é para cobrir apagão e existe tecnologia de energia solar para armazenamento em baterias e existe energia para gerar a redução no consumo mensal. Essa energia chama energia distribuída a partir de uma resolução da ANEEL de abril de 2012, que você gera essa energia, injeta na rede da concessionária e usa essa energia à noite. Se você estiver usando durante o dia, você deixa de comprar da concessionária, é o chamado auto-consumo.
Climatempo: Para uma pessoa comum que queira implementar a captação de energia solar em casa, no escritório ou até em sua empresa, quais são as dificuldades e vantagens?
Solar Energy: O fundo de sustentabilidade para financiar isso viabilizou a compra parcelada. Para uma residência às vezes acaba ficando pesado, 20 mil, 25 mil, um casa de classe média. Mas, quando tem a possibilidade de financiar ela pode com a própria economia do primeiro mês já pagar parte do financiamento. Mas, depois vai usar um sistema que tem uma vida útil de 25 anos. O sistema solar fotovoltaico tem duas tecnologias: o off grid, que tem o elemento bateria e exigiria manutenção e o sistema on grid conectado a rede. Esse no caso, tem o painel solar fotovoltaico, ele transforma esse energia igual a energia que a gente usa na tomada e você já consome. O excedente ele deposita na rede da concessionária no mesmo sistema elétrico que já está instalado na casa. Então a manutenção é só a limpeza dos módulos. Se você está numa região de muita poluição a cada seis meses precisa fazer um sistema de limpeza.
Fonte: Redação Climatempo por Maria Clara Machado
Conheça brasileiros que produzem a energia que consomem
No Brasil, a geração de eletricidade sempre foi uma atividade exclusiva de governo ou de empresas. Agora, essa realidade começa a mudar e o cidadão que produzir energia pode ganhar um bom desconto na conta de luz.
Operador mandou cortar luz em regiões do país
Corte na distribuição foi determinado pelo ONS, órgão do governo federal responsável pela coordenação e controle de geração e transmissão de energia elétrica no Brasil; motivo foi maior consumo
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) determinou uma redução na transmissão de energia em Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste na tarde da segunda-feira (19/01/15), o que provocou um apagão em partes dessas regiões. O corte aconteceu por volta de 15h (de Brasília). De acordo com o ONS, a normalização da distribuição foi autorizada pouco antes das 15h45.
Ao menos sete estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, além do Distrito Federal — registraram cortes nesta segunda. Os apagões chegaram a durar quase duas horas, afetando transporte público e o trânsito em cidades interioranas e também em capitais, como São Paulo, Rio, Goiânia e Curitiba.
Por volta das 18h40, o ONS divulgou nota em que informa ter havido “restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste” que “aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica”. O ONS também disse que adotou “medidas operativas em conjunto com os agentes distribuidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, impactando menos de 5% da carga do Sistema”.
Em São Paulo, ao menos menos duas estações de metrô — Luz e República precisaram ser fechadas durante o apagão, que afetou bairros como Campo Belo, Santa Cecília, Campos Elíseos e Vila Mariana. No interior, Campinas também registrou falta de energia elétrica em diversos bairros, bem como São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Concessionária responsável pela distribuição de energia em território paulista, a AES Eletropaulo divulgou nota na qual afirma ter cortado mais de 700 megawatts de energia distribuída devido à orientação do ONS. Por volta das 17h, os clientes afetados voltavam a receber o recurso.
A Light, que cuida da distribuição no estado do Rio de Janeiro, também confirmou o corte de energia, mas em 500 megawatts. A medida foi tomada pouco antes das 15h nas Zonas Norte e Oeste da capital, incluindo os bairros de Jacarepaguá, Taquara, Coelho Neto, Acari e Cordovil. Relatos de apagão também vieram de São Gonçalo, Niterói e outros 13 municípios. A empresa afirma que a medida foi aplicada por “alívio de carga”.
No Paraná, foi cortada por cerca de meia hora a carga de 320 megawatts, segundo a Companhia Paranaense de Energia (Copel), mais da metade do total distribuído pela empresa ao estado todos os dias. O governo afirma que ao menos 300 mil pessoas foram afetadas.
Cerca de 320MW de carga do sistema elétrico do PR, 6% da carga da Copel, ficaram fora do sistema. Desligamento durou pelo menos 30 minutos.
Momento crítico
O sistema elétrico brasileiro enfrenta um momento crítico por conta da falta de chuvas. Na região Sudeste, uma das maiores responsáveis pela geração de energia no país, os reservatórios das usinas hidrelétricas estão com 19% de sua capacidade, quando o esperadoera no mínimo de 40%. Para o especialista em energia Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o que aconteceu pode ser classificado como racionamento forçado por geração insuficiente ou estrutura de transmissão insuficiente para atender a demanda.
Assiste vídeo de uma charge politica:
Fontes: g1.globo / UOL notícias / oDia Brasil notícias