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Risco de apagões no Brasil
Especialistas alertam para risco de apagões no Brasil
A baixa incidência de chuvas assombra o país com o risco iminente de novos apagões. O nível de água nos reservatórios é preocupante, não chegando a 50% da capacidade em nenhuma das regiões. Em 2012, ocorreram 4 apagões de grandes proporções no país, todos no segundo semestre do ano.
Há 12 anos, em 2001, o Brasil passou pelo maior apagão de sua história. Desde então, ocorreram algumas melhorias no sistema elétrico nacional, como o aumento da capacidade do parque gerador em 56% e o avanço do sistema de transmissão em 54%.
No entanto, essas melhorias não impedem que a matriz elétrica brasileira continue sujeita às condições climáticas, mesmo porque, entre 2001 e 2012, o consumo de energia elétrica no Brasil praticamente dobrou. Apesar do crescimento do PIB de apenas 1%, o consumo de energia nas residências brasileiras aumentou 5% no ano passado, quando o nível dos reservatórios caiu mais rápido que o previsto.
A capacidade de armazenamento dos reservatórios brasileiros cai, na medida em que o consumo aumenta e a capacidade de gerar energia não acompanha esse crescimento. Em 2001, a capacidade dos reservatórios poderia garantir 6 meses de carga de energia para todo o país. Em 2009, esse volume caiu para o equivalente a 5 meses de consumo e a estimativa é que em 2019, essa capacidade caia para três meses.
O racionamento de 2001 teve início em 1999, quando choveu pouco no final do ano e o nível dos reservatórios caiu consideravelmente. O volume foi recuperado no início de 2000, mas no ano seguinte as chuvas minguaram novamente. Caso não chova até o final do período úmido, nossos reservatórios vão terminar 2013 piores que em 2012 e corremos o risco de um novo apagão no país.
As grandes hidrelétricas que estão em construção (Belo Monte, Jirau e Santo Antonio), ao contrário do que se pode imaginar, não representam a solução para este problema. Isto porque elas são usina a fio d`água, ou seja, não terão represas e sua operação não vai interferir na dependência das chuvas para o pleno funcionamento do sistema. “Temos que contar com a natureza” afirmou ao Estadão o diretor da Coppe/UFRJ (Instituto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa em Engenharia), Luiz Pingelli Rosa.
A situação se agrava ao considerar a proximidade da Copa do Mundo de 2014. Além do risco de faltar energia no país justamente na época do evento, mais da metade dos 163 empreendimentos necessários para garantir esse fornecimento nas 12 cidades que receberão as partidas está atrasada. Apenas as capitais Fortaleza e Recife estão com as obras em dia, segundo o documento divulgado pela Aneel (Agencia Nacional de Energia Elétrica) que aponta o risco de problemas em Brasília já na Copa das Confederações, que acontece em junho deste ano. O documento foi citado em reportagens sobre a situação do sistema elétrico brasileiro em veículos de diversos países.
Assista à reportagem da TV Folha sobre a crise de abesticimento no setor elétrico brasileiro, que foi ao ar no dia 13 de janeiro 2013.
Fonte: Folha de S.Paulo e Boletim No-Break