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Câmera aprova mudanças no setor elétrico e conta de luz subirá

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 Medida provisória visa resgatar Eletrobras por dívidas com a Petrobras.

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Texto favorece distribuidoras de energia do Norte do país. Aumento na conta de luz antecipado

A Câmara dos Deputados aprovou no 18/05/16 a Medida Provisória MP 706/15, editada para aumentar o prazo de renovação das concessões das distribuidoras de energia de 30 para 210 dias depois de convocadas pelo poder concedente, mas que teve o escopo bastante ampliado e levará ao aumento das contas de energia de todo o país, com repasse de R$ 668 milhões por ano para bancar a ineficiência das distribuidoras do Norte e do Nordeste.

A votação foi o primeiro embate entre a base do governo Temer e a oposição formada por PT, PCdoB, PDT, PSOL e Rede. O grupo criticava o aumento das contas, enquanto a base defendia que era uma forma de melhorar um pouco as finanças da Eletrobras, que ameaça o Tesouro nacional.

Alteração promovida pelo relator e ex­ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão (PMDB­MA), propõe tratamento diferenciado para distribuidoras Eletrobras no Amazonas, Rondônia, Roraima e Amapá. O articulador foi o hoje ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB­RR), senador licenciado.

O benefício terá impacto de R$ 3,5 bilhões para o Tesouro. Para a Anel, o custo, inicialmente estimado em até R$ 40 bilhões, será de R$ 14 bilhões após mudanças no texto inicialmente apresentado por Lobão — o resto será pago pelos consumidores.

O líder do PDT, Weverton Rocha (MA), criticou o relatório. “A MP chegou com um parágrafo e saiu com alteração em seis leis. Isso passa para os consumidores de todo o país os custos da produção de energia na região Norte e todos os prejuízos que essas empresas tiverem”, disse. O partido propôs requerimento para votar o texto inicial, mas foi derrotado por 250 votos a 99.

O deputado José Carlos Aleluia (DEM­BA) reconheceu que haverá repasse aos consumidores, mas que foi diminuído e que a alternativa é a falência da Eletrobras. “Não há dúvida que isso é uma forma de subsidiar a ineficiência da Eletrobras”, afirmou. Outras mudanças foram feitas, disse, para tentar reduzir o impacto “das besteiras que o PT fez” ao forçar a redução das contas de luz.

Fonte: Valor Econômico

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Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

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AUMENTO DA TARIFA DE ENERGIA TRIPLICA CALOTE

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Distribuidoras temem que o problema resulte no crescimento dos furtos de energia na rede elétrica.

Conta-luz-inadimplenteBrasília. Os aumentos da tarifa de energia aplicados pelo governo nas contas de luz ao longo do primeiro semestre do ano já triplicou o crescimento da inadimplência no setor. Com aumentos nas tarifas superiores a 50% em algumas regiões do País, a expansão dos calotes nas faturas saltou de uma variação média de cerca de 6% no começo do ano para 17,35% em junho, na comparação com iguais meses de 2014. A preocupação das distribuidoras é que esse problema resulte no crescimento de outro: os furtos de energia, popularmente conhecidos como “gatos” na rede elétrica.

De acordo com dados do SPC Brasil, a falta de pagamento de contas de luz já respondia por 6,47% das dívidas dos brasileiros no mês passado. Essa é a maior participação do setor no total de calotes desde quando a entidade passou a acompanhar os dados, em janeiro de 2010. Àquela época, os atrasos nas faturas de eletricidade representavam apenas 2,53% da inadimplência no País.

“Além do aumento nas tarifas, o cobertor está cada vez mais curto devido ao aperto na renda e à alta dos juros. Com isso, os consumidores estão atrasando até faturas essenciais, que acarretam o corte de serviço, como é o caso das contas de luz. Nesse cenário, é ainda mais importante que as famílias reavaliem seus orçamentos e economizem eletricidade, evitem o desperdício”, avalia a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. aumento-da-conta

Dívidas mais longas

E pior do que o crescimento dos débitos em aberto no setor, as dívidas mais longas estão cada vez mais frequentes. O levantamento do SPC Brasil mostra que 71,98% dos atrasos nas faturas se referem a contas de luz vencidas há mais de 90 dias, prazo após o qual as companhias de eletricidade cortam o fornecimento. E como se trata de um item básico nas residências, sempre que um movimento desses é detectado, ocorre um aumento nas chamadas “perdas não técnicas” de energia, ou seja, nos gatos nas redes.

“Esse é o pior dos mundos. Com a dívida acima de 90 dias, além do corte de energia o consumidor passa a ficar com o CPF negativado. E ele pode até conseguir fazer um gato na rede de luz, mas não consegue fazer um gato para comprar qualquer mercadoria a prazo”, alerta Marcela. “O importante é tentar renegociar a dívida”, orienta.

Gatos

Os dados mais recentes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que a porcentagem desses gatos nas redes das elétricas vinha caindo lentamente ou mantendo-se constante entre os anos de 2010 e 2014 para praticamente todas as distribuidoras no Brasil.

Cada região do País tem um porcentual diferente de furtos apurados pelas empresas, e a Região Norte apresenta os piores resultados. Mas como o tarifaço deste ano foi maior para os consumidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, as companhias temem uma deterioração dos indicadores de perdas nessas regiões, que hoje são as mais eficientes em conter os furtos.

Inadimplência

Para a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), as companhias precisam aumentar a fiscalização para que falta de pagamento não resulte em ainda mais prejuízo com o furto de eletricidade. “Não existe um patamar melhor ou pior de inadimplência. Sempre é ruim. E quando aumenta isso significa mais trabalho e mais custo para as empresas para evitar um transtorno ainda maior”, avalia o presidente da entidade, Nelson Leite.

Segundo ele, a inadimplência é precedida pelo aumento no fluxo de clientes nas agências de atendimento, para tentarem parcelar as contas em atraso, e isso já foi percebido pelas companhias. “Ainda não temos um número consolidado sobre a falta de pagamento de cada empresa, mas era natural e esperado que a inadimplência aumentasse em um ano como esse”, completou.

E se a inadimplência precisa ser absorvida pelo caixa das companhias, parte do aumento das perdas não técnicas pode ser repassada para as contas de luz nas revisões tarifárias realizadas a cada quatro anos, prejudicando assim os consumidores com pagamento em dia.

Fonte: Diario do Nordeste.