Consumidores sentem reajuste na conta de luz
A primeira fatura da conta de energia elétrica após o reajuste de 22% na tarifa da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) deixou os consumidores assustados. Apesar do aumento ser anunciado com antecedência, a maioria dos usuários ficou surpreso com a chegada da conta de luz neste mês.
“Já sabia que a conta aumentaria, mas não achei que fosse tanto. Senti bastante o reajuste. Sempre fazemos economia lá em casa, mas parece que isso não será suficiente”, afirma a diarista Isabel Loch, que costumava gastar entre R$ 70 e R$ 80 de energia elétrica, mas neste mês teve de pagar R$ 112, que somado ao aumento do consumo o valor da fatura ultrapassou os 50%.
A técnica em enfermagem Jamile Silva Marinho Souza também sentiu o reajuste no bolso. Segundo ela, a sua conta de luz ficou em torno de R$ 50 mais cara. “Sentimos muito a diferença. Não fica ninguém em casa durante o dia, só a noite, e o aumento foi muito alto”, diz.
Para compensar o reajuste, a família de Jamile já pensa em medidas para economizar. “Esse mês cortamos até o chuveiro elétrico para ver se no próximo mês a fatura diminui”, conta.
Apesar do consumo ser o mesmo, a diarista Eliane Freitas pagou R$ 60 a mais em sua conta de luz. “Eu gastava cerca de R$ 120 e esse mês paguei R$ 180. Assustou muito esse aumento, inclusive, vou reclamar porque fico o dia todo fora e não pode a conta vir tão alta assim”.
O reajuste não afetou somente os consumidores domésticos, as indústrias também já começaram a sentir os reflexos do aumento. O diretor-presidente da Guabifios, Juliano Schumacher, afirma que a empresa acabou absorvendo o reajuste. “O aumento veio para todos, e como o mercado não mudou, o repasse do reajuste nos preços é impossível, pelo menos no setor têxtil. O que podemos fazer é tirar do lucro ou aumentar o prejuízo”.
Como o consumo da empresa não mudou, o reajuste aumentou o custo da industrialização. Segundo Schumacher, na fiação, os custos com energia elétrica vem antes da mão de obra. “É um reajuste significativo, principalmente para o têxtil. Hoje, é preciso da climatização dos motores para poder tocar as máquinas, além disso, para se fazer um bom fio há a necessidade de o ambiente estar climatizado. Para um bom produto, é exigido cada vez mais um ambiente adequado e isso gera um alto consumo de energia”, avalia.
O presidente da Associação Empresarial de Brusque (AciBr), Edemar Fischer, destaca a preocupação do setor empresarial com o reajuste.
“Todos estão com esse problema. É uma situação difícil, esse não era o momento de colocar um reajuste deste porte, e se o aumento era preciso, poderia ter sido feito de forma parcelada”.
Ele afirma que os reflexos do aumento poderão ser sentidos pelo consumidor a curto prazo. “Não temos suporte para segurar o reajuste sem passar ao consumidor. Isso terá um reflexo automático dentro das nossas vendas”.
Fonte: Município Dia a Dia
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